terça-feira, 31 de outubro de 2023

Modos Gregorianos - uma introdução (parte 1)


 
Dedicação
    De uma coisa já se sabe: compreender sobre os Modos Gregorianos é de suma importância. Entende-los, reconhece-los, associa-los dentre acordes, aplica-los sob variações rítmicas dentre estilos diversos, com suas características de extensões, assim suas funções dentro do sistema tonal é um grande passo, é essencial.

   Serei bastante direto aqui: vou oferecer uma narrativa, dar um exemplo de como poderíamos pensar sua aplicação, para o instrumento violão e guitarra.

            Os Modos Gregorianos são formados de uma única escala: a Maior. Sendo a escala maior, heptatônica (7 notas) e ao mesmo tempo diatônica (sucessão de notas em intervalos de tons e semitons), tem-se, a partir de cada um dos seus setes grau, um modo distinto que lhe é próprio, assim: os modos Gregorianos.



Modos Gregos










            Como associação prévia temos que, no tom de Sol Maior, por exemplo, o acorde de I° é G7M, então modo Jônio. O II° é Am7, modo Dórico. No III°, Bm7, sendo modo Frígio. Já no IV°, C7M, com o modo Lídio. O V°, modo Mixolídio, temos o acorde D7. No VI°, a relativa menor, Em7, sendo modo Eólio. Por fim, o modo Lócrio, sempre no VII° com o acorde meio diminuto, F#m7(b5). 
Rotina de música

            Para simplificar vamos pensar duas coisas. Primeira: mesmo tocando uma melodia a partir de qualquer nota (modo) descrito, você sempre estará fazendo uma única escala, Sol Maior. 

            Então para que tantos nomes? O que este estudo nos revela? Devemos atentar para as funções que cada grau da escala exerce dentro do tom, ou seja, seu sentido sonoro, suas características, ora de repouso, ora de tensão, continuidade, e assim por diante. Isso tem a ver com o discurso que as notas possuem dentro do tonalismo. 

               Segunda coisa: o que evidencia mais facilmente as funções de cada grau dentro da tonalidade é a harmonia. Por isso é importante associar aos modos escalares, seu acorde diretamente constituído. Se você tocar melodicamente todos os modos, sem que evidencie, ao menos por arpejos, os acordes do campo Harmônico, será dificultoso orientar-se sobre o começo, meio e fim desta música. 
    
                  No próximo artigo, parte 2, colocarei um exemplo prático para que você compreenda melhor e principalmente sinta, algumas das funções características dos Modos Gregorianos, tendo uma visão mais clara de associação entre melodia e harmonia.



                


sábado, 28 de outubro de 2023

Top 20 Guitarristas e 60 segundos: uma ideia.



      Há sempre o que tocar. E melhor, rememorar. Musicistas sabem disso. Músicas que se apresentam como ferramentas na busca de entendimentos à diversos momentos do trajeto do fazer musical. E ainda há muitos deles a serem superados. Quem estará livre de desafios diante de tamanha pluralidade? Estavam bem ali, as ferramentas-música, apreendidas, agora no inconsciente. Revisitá-las, relê-las, reexperimenta-las com nível crítico do agora se dá com sabor diferenciado. Com sorte, há, nestas certas músicas, algo que te estrutura, te acolhe num sentido até saudosista, lembrando das escolhas feitas lá atrás, pondo à prova suas próprias referências.

   


Quem espontaneamente encararia expor suas referências musicais? Qualquer musicista que minimamente pressentiu estar diante de algo incrível e ter certeza do quanto avançou em apropriar-se disso. Assim, tal exposição torna-se até fácil.

        A série "Top 20 guitarristas em 60 segundos" nasceu, talvez, deste sentimento. Esta foi, certamente a base. Da necessidade em ingressar nas redes sociais, com assunto contínuo que contemplasse às exigências impostas pelas próprias redes, foram também fatores decisivos. 

      Vinte guitarristas reduzidos à 60 segundos cada! Como selecionar? Como organizar? O que tocar? As respostas estavam bem ali, no inconsciente, bastava relembrar. Mas tantos estilos tão importantes! Jazz, Bossa, Mpb, Flamenco e Erudito... A primeira escolha fora pelo rock. Talvez por ter sido o primeiro. Imaginem refazer algo de sua adolescência ou inicio da idade adulta profissional, sabendo que aquilo sempre foi especial? É como jogar futebol para aqueles que sempre treinaram e tiveram proposições sérias. Com a arte, ainda sim, é diferente. Naquilo que a envolve. Não apenas à questões de inclinação pessoal, o que é compreensivo na escolha profissional, ganhos materiais e satisfação de se fazer o que gosta. Nas artes, não é só isso. Se por um lado os esportes exigem essencialmente a disputa, as artes sugerem o compartilhamento. Há uma complexidade inerente no fazer artístico que é intransferível. Aspectos quanto a linguagem, expressões, formas e atributos levam à vetores sociais quase sempre bem definidos e findados em si (daí a importância na imersão de múltiplas culturas, estratificando e qualificando os aprendizados). Os musicistas se moldam inclusive a isso, desde o início.

       A segunda escolha foi pelo formato. Tinha de ser algo minimamente chamativo. E rápido. Então: 60 segundos! Uma série de desafios já se mostraram, somente com isso. Tons de músicas, afinações diferentes, drop's cada vez mais presentes para simular graves das guitarras de 7 ou 8 cordas. E tempos, andamentos como relógio, mas diferentes entre si. Então, as emendas ficaram a cargo dos pujantes e conhecidos temas e/ou motivos melódicos incontestáveis. Sim, no rock, é possível falar nesses termos devido ao seu estilo bem definido. Enfim, a escolha dos 20 guitarristas. A seleção se deu pelo envolvimento daqueles que mais me influenciaram. Há muito mais do que 20. Poderiam ser facilmente o dobro. O que leva a projeção de novos trabalhos, afinal, há sempre o que tocar, os musicistas sabem. 

         


Somam as experiências técnicas de gravações e filmagens, tudo muito novo. Sem contar com o próprio trato online. Cada app, uma "realidade alternativa" capaz de ditar as regras desse novo mundo. Um mundo novo que exponencia, antes dezenas, agora centenas de milhares de pessoas em engajamento àqueles únicos 60 segundos de um vídeo já registrados. Não precisa repetir. Quem dirá 20 vídeos diferentes. A sensação é de um primeiro acerto. Certo de que o assunto proposto é mesmo algo incrível, compartilhável, agora, para fora do meu inconsciente. 



Acesse Playlist's:

Top 20 Comentado

Top 20 em 60" Shorts


         

          

Modos Gregorianos: uma introdução (parte 2)

     A relação entre harmonia e melodia nos Modos Gregorianos são indissociáveis. Aliás, a noção modal aqui implícita, forçosamente, nos dá ...